domingo, 5 de janeiro de 2014

Santo Afonso - Ocupações do Menino Jesus no estábulo de Belém

 
 
MEDITAÇÃO X.

OCUPAÇÕES DE JESUS MENINO NO ESTÁBULO DE BELÉM.

 
As duas ocupações principais dum eremita são: orar e fazer penitência: na gruta de Belém Jesus Menino nos dá o exemplo disso. No estábulo, que escolheu por oratório sobre a terra, não cessa de orar a seu Pai eterno; lá faz continuamente atos de adoração, de amor e de súplica.
 
É certo que já antes desse tempo a Majestade divina tinha sido adorada pelos anjos e pelos homens; mas não recebera certamente de todas as criaturas a honra que lhe prestou o Menino Jesus, adorando-a no estábulo em que nasceu. Unamos pois sempre as nossas adorações às que Jesus ofereceu a Deus enquanto se achava no mundo.
 
Quão puros e perfeitos eram os atos de amor que o Verbo encarnado oferecia a seu Pai na meditação! O Senhor ordenara aos homens o amassem de todo o coração e de todas as forças; mas esse preceito nunca fora perfeitamente observado por nenhum homem: a primeira mulher que o cumpriu foi Maria; e o primeiro homem foi Jesus Cristo que o cumpriu duma maneira imensamente mais extensa do que Maria. Pode-se dizer que o amor dos Serafins era frio em comparação do divino Infante. Aprendamos dele a amar o nosso Deus como o devemos, e peçamos-lhe nos comunique uma centelha do amor puríssimo com que amava seu Pai eterno no estábulo de Belém.
 
E quão belas também, e perfeitas e agradáveis a Deus eram as preces do Menino Jesus! Orava ao Pai em todos os instantes, e as suas preces eram todas para nós, e para cada um de nós em particular. Todas as graças que cada um de nós recebeu do Senhor, como a vocação à verdadeira fé, o tempo de fazer penitência, as luzes, o arrependimento dos pecados cometidos, o perdão, os santos desejos, as vitórias alcançadas contra as tentações, e todos os outros atos de virtude que fizemos ou que faremos, como de confiança, humildade, amor, agradecimento, oferecimento, resignação, foi Jesus que nos obteve tudo, tudo é feito das preces de Jesus. Quando pois lhe devemos, e quanto lhe devemos, e quanto lhe devemos agradecer e amar!


Afetos e Súplicas.
 
Ah! quanto vos devo, meu caro Redentor! Se não tivésseis orado por mim, em que estado de ruína eu me acharia! Agradeço-vos, meu Jesus, as vossas preces me obtiveram o perdão dos meus pecados, e, espero, me obterão ainda a perseverança até à morte. Orastes por mim, agradeço-vos de todo o coração; mas, conjuro-vos, não cesseis de pedir. Sei que, mesmo no céu, continuais a ser o novo Advogado: Nós temos, diz S. João, um advogado junto do Pai, Jesus Cristo. Sei que continuais a pedir por nós: Ele intercede ainda por nós, ajunta S. Paulo. Continuai, pois, meu Jesus, mas pedi mais particularmente por mim que, mais do que os outros, necessito das vossas preces. Confio que, em consideração dos vossos méritos, já me tenhais perdoado; mas como tenho caído tantas vezes, posso cair ainda: o inferno não se cansa e não se cansará de tentar-me para me fazer perder de novo a vossa amizade. Ah! meu Jesus, sois a minha esperança: espero de vós a força de resistir; a vós é que a peço e de vós a espero. Mas não me contento com a graça de não recair, peço-vos ainda a graça de vos amar muito. Aproxima-se a hora da minha morte; se morresse agora, esperaria ser salvo, mas pouco vos amaria no céu porque pouco vos tenho amado até este dia; ora, quero amar-vos muito no resto da minha vida para vos amar muito na eternidade.
 
Ó Maria, minha Mãe, pedi também, pedi a Jesus por mim: os vossos rogos são onipotentes junto desse divino Filho, que tanto vos ama. Já que desejais tão ardentemente vê-lo amado, impetrai-me um grande amor da sua bondade, e que esse amor seja constante e eterno.


Fonte: Blog São Pio V

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