quarta-feira, 5 de junho de 2013

Comentário do Evangelho do dia (03/06) feito por São Basílio



(c. 330-379), monge, bispo de Cesareia da Capadócia, doutor da Igreja
Regras monásticas, Regras Maiores, § 2


«Já só lhe restava um filho muito amado. Enviou-o por último»


Deus tinha criado o homem à sua imagem e semelhança (Gn 1,26), e havia-o julgado digno de O conhecer a Si mesmo, pois fora considerado acima de todos os animais devido ao dom da inteligência, fora criado no gozo das incomparáveis delícias do Paraíso, e feito senhor de tudo o que se encontrava sobre a Terra. No entanto, ao vê-lo, instigado pela serpente, cair no pecado e, pelo pecado, na morte e no sofrimento que a ela conduzem, não o rejeitou. Pelo contrário, deu-lhe desde logo o auxílio da sua Lei; designou anjos para o guardarem e para tomarem conta dele; enviou profetas para lhe reprovarem a maldade e lhe ensinarem a virtude [...].


Quando, apesar destas graças e de muitas outras, os homens persistiram na desobediência, não Se afastou deles. Tendo nós ofendido o nosso benfeitor mostrando indiferença pelos sinais da sua protecção, não fomos abandonados pela bondade do Senhor nem obliterados do seu amor, antes fomos subtraídos à morte e devolvidos à vida por Nosso Senhor Jesus Cristo, e a maneira como fomos salvos é digna de uma admiração maior ainda. «Ele, que é de condição divina, não considerou como uma usurpação ser igual a Deus; no entanto, esvaziou-Se a Si mesmo, tomando a condição de servo» (Fl 2,6-7). «Ele tomou sobre Si as nossas doenças, carregou as nossas dores, [...] foi ferido [...]» para nos salvar pelas suas chagas (Is 53,4-5). Ele «resgatou-nos da maldição da Lei, ao fazer-Se maldição por nós» (Gl 3,13); sofreu a mais infamante morte para nos conduzir à vida da glória.


E não Lhe bastou devolver à vida aqueles que estavam na morte: revestiu-os da dignidade divina e preparou-lhes no repouso eterno uma felicidade que ultrapassa toda a imaginação humana. «Como retribuirei ao Senhor todos os seus benefícios para comigo» (Sl 115,12), como retribuiremos tudo o que Ele nos deu? Ele é tão bom que nada pede em compensação por suas graças: contenta-Se em ser amado.


Créditos: Evangelho Quotidiano

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